A relação entre os indivíduos é um processo característico e necessário para formação da sociedade, assim como, dos valores culturais e sociais deles. É importante que os indivíduos percebam um ao outro e se comuniquem. Além da percepção do conjunto e das características que cada um traz consigo o que, consequentemente, categoriza as informações passadas pelo mundo ao redor e cria as definições dos seres.
Partindo desse ponto de vista e da necessidade de capacitar cada vez mais os Agentes de Desenvolvimento Solidário, do projeto Mobilizando Para Uma Nova Economia, na qualificação do contato com o público – alvo do projeto, egressos do sistema prisional e/ou seus familiares do Grande Bom Jardim, a coordenadora pedagógica Patrícia Sampaio, assim como toda equipe do Projeto, inseriram no cronograma de designação dos Agentes o curso de Relações Humanas, na perspectiva de Economia Solidária – Ecosol.
O Curso foi realizado durante o dia de 14 de agosto, das 8h às 17h, na Fundação de Desenvolvimento de Socioeeconomia Solidária – Fundesol, no Bom Mix, Canidezinho. E teve como facilitador o médico psiquiatra Francisco Oliveira, mestre em Saúde Pública e doutorando em Ciências da Educação.
Segundo Oliveira, o momento teve como objetivo fazer com que os participantes liberassem seus sentimentos de raiva, alegria, tristeza, medo e dúvidas, para que, com isso, eles tivessem como observar suas reações nas diversas situações que a vida os coloca e, consequentemente, saber lidar como isso e reagir. “Trabalhar com [seres] humanos não é fácil, principalmente quando eles não têm acesso à informação”, completa o psiquiatra.
Para o agente de desenvolvimento solidário, Fábio Alves, o curso de relações humanas foi um momento para autoconhecimento, trabalhar suas potencialidades, assim como, conhecer melhor os seus colegas de trabalho, respeitando, principalmente, os limites de cada um. “Nesse espaço, pude entender mais o mundo do nosso público – alvo (egressos do sistema prisional e seus familiares) e, dessa forma, a aprender, porque todo mundo tem algo a passar, e ensiná-los a descobrir seu próprio potencial como cidadãos em transformação”, completa Alves.
Nas práticas didáticas utilizadas por Oliveira, a música foi um instrumento de construção de conteúdo e momento de integração entre os Agentes e o professor. Além disso, ela possibilitou também, construir um espaço de maior abrangência dos sentimentos de cada um consigo e com o outro, além da ampliação dos valores da Economia Solidária, regente do Projeto. “Não está aqui um médico, mas sim um poeta”, coloca o professor.
O dia foi encerramento com o “momento da cadeira”, assim nomeado pelo professor, onde o grupo foi colocado em um círculo para fazer perguntas – com a temática livre – para Oliveira. Em seguida, cada Agente era convidado, espontaneamente, citar os pontos positivos e negativos do dia. “O objetivo desse momento é fazer eles [Agentes] refletirem sobre seus sentimentos, integrá-los e reciclar as relações humanas entre eles”, completa Oliveira.
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